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2012 - Livro Vermelho 2013

Davilla macrocarpa Aymard VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 19-09-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)

Avaliador: Diogo Marcilio Judice

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Davilla morii tem distribuição restrita ao sul do Estado da Bahia e norte do Espírito Santo, com EOO de 19.835 km², em região limitada entre o Rio de Contas ao norte e Rio Doce ao sul. Habita preferencialmente áreas com solos arenosos de Restinga e também Floresta de Muçununga e Campos Nativos, crescendo sobretudo próximo ao chão, de forma reptante, sob o solo arenoso ou também como liana, apoiando-se em arbustos, mas normalmente em áreas ensolaradas. A espécie ocorre em uma região onde áreas de florestas foram exploradas para a retirada de madeira e, posteriormente, transformadas em pastos para pecuária extensiva ou culturas agrícolas. Atualmente, grande parte dessa porção litorânea desses dois Estados vem sofrendo com a especulação imobiliária, que causa forte impacto antrópico sobre a biota, e pela exploração de petróleo ao norte do Espírito Santo. A espécie foi categorizada como "Vulnerável" (VU), com subpopulações fragmentadas e apresentando declínio contínuo na AOO, EOO e na qualidade do hábitat. Além disso, suspeita-se que também enfrente declínio no número de subpopulações.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Davilla macrocarpa Eichler;

Família: Dilleniaceae

Sinônimos:

  • > Davilla morii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em 1998, na obra Dilleniaceae Novae Neotropicae VIII. Two new species of Davilla from Brazil (Aymard, 1998). No entanto, em função do desconhecimento do lectótipo de Davilla macrocarpa e assim a verdadeira identidade dessa espécie, Gerardo Aymard, especialista das Dilleniaceae Neotropicais, aplicou esse nome nas determinações de espécimes atualmente identificados por Davilla sessilifolia e também para as duas novas espécies aqui descritas (Davilla coriacea, Davilla undulata). Adicionalmente Aymard (1998) descreve Davilla morii acreditando que o espécime que estava descrevendo era diferente das demais, mas na realidade ele trabalha com um exemplar extremamente similar ao tipo de Davilla macrocarpa, dessa forma este nome é tratado como um sinônimo heterotípico de Davilla macrocarpa (Fraga, 2012b).

Distribuição

Espécie endêmica do Brasil, de ocorrência em Mata Atlântica, exclusivamente no Estado da Bahia (Fraga, 2012).

Ecologia

Liana (Aymard, 1998), escandente (Pereira, O. J., 4869, VIES 9797), ou arbusto rastejante (Paula-Souza, J., 6120, RB 572107). As flores do gênero Davilla são bissexuais (Bruniera, 2010)

Ameaças

1.1.4 Livestock
Incidência local
Severidade medium
Detalhes A expansão da pecuária e consequente abertura de pastagens sobre fragmentos florestais em propriedades particulares têm aumentado significativamente após a crise no cultivo de cacau, e esta atividade possui enorme potencial para expandir-se nos próximos anos (Araujo et al., 1998).

1.1.2 Wood plantation
Incidência local
Severidade high
Detalhes A espécie ocorre em uma região carente, ondegrande parte da população utiliza-se dos recursos naturais abundantes da regiãocomo principal fonte de sustento. Áreas de florestas vêm sendo amplamentesuprimidas para dar lugar ao plantio de Eucaliptus. Os sistemas tradicionais decabrucas (plantações de cacau,Theobroma cacao), que apesar de manterem parte docomponente arbóreo das florestas intacto, não permite que plantas do sub bosqueda floresta, como S. bahianum mantenham suas populações viáveis, uma vez quesão imediatamente suprimidos. O cultivo da seringueira (Hevea brasiliensis) também é responsável pela supressão de trechos significativos deflorestas (Araujo et al. 1998).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Os remanescentes de Mata Atlântica no estado da Bahia, correspondem a 8,97% da distribuição original do Bioma no Estado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Deficiente de Dados" (DD) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.

Referências

- FRAGA, C. N. Dilleniaceae in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007350>. Acesso em: 26 de Julho de 2012.

- FRAGA, C. N. (A). Dilleniaceae. In: STEHMANN, J.R. ET AL In Plantas da Floresta Atlântica. p.516, 2009.

- AYMARD, G. A. Dilleniaceae Novae Neotropicae VIII. Two New Species of Davilla from Brazil. Brittonia, v. 50, n. 1, p. 51-55, 1998.

- ARAUJO, M.; ALGER, K.; ROCHA, R. ET AL. A Mata Atlântica no sul da Bahia: Situação Atual, Ações e Perspectivas, Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, p.27, 1998.

- SOS MATA ATLÂNTICA, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. ATLAS DOS REMANESCENTES FLORESTAIS DA MATA ATLÂNTICA PERÍODO 2008-2010, São Paulo, 2011.

- BRUNIERA, C. P.; GROPPO, M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Dilleniaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, v. 28, n. 1, p. 59-67, 2010.

- CLÁUDIO NICOLETTI FRAGA(B). Filogenia e Revisão Taxonômica de Davilla Vand. (Dilleniaceae). Tese de Doutorado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Davilla macrocarpa in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Davilla macrocarpa>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 19/09/2012 - 17:55:58